24 julho, 2015

Instituto Politécnico de Bragança, Portugal, disponibiliza vagas e bolsas para estudantes do Paúl, Santo Antão




Exibido em 'RTC'.

Própolis um negócio por explorar

 A própolis é cada vez mais valorizada no mundo inteiro pelas suas propriedades benéficas para a saúde. É uma substância resinosa obtida pelas abelhas através da colheita de resinas da flora que serve de protecção para a colmeia. O investigador do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Miguel Vilas Boas, é o líder do grupo própolis da Comissão Internacional do Mel. O especialista explica o trabalho que o grupo desenvolve nos 14 laboratórios internacionais de 11 países diferentes onde testam uma série de métodos que esperam que sejam aplicados e apresentados já no final do mês de Setembro no Congresso Mundial de Apicultura que vai decorrer em Seul, na Coreia.
“O nosso objectivo é muito evidente, é definir metodologias que sejam aplicadas por todos e depois que daí saia legislação, provavelmente europeia”, define Miguel Vilas Boas.
A falta de legislação não permite a acreditação do produto o que faz com que haja poucos apicultores preocupados com a extracção da própolis, muito procurado pela indústria farmacêutica mundial.
Para este investigador, a maioria dos apicultores ainda não tem noção das potencialidades que os produtos resultantes das colmeias, sem ser o mel, têm. “Basicamente não há uma noção sequer do que são impactos em termos de outras produções. O pólen é claramente a segunda produção em termos de produtos apícolas, tirando a cera, aqui não falo da cera porque está sempre associada à produção de mel e é principalmente utilizada para a própria apicultura e não tanto para, digamos, o mercado, os cosméticos, a protecção de produtos em termos de queijos ou maçãs que se põem películas de cera”, enumera Miguel Vilas Boas.
Segundo o investigador, a maior dificuldade do extracção de própolis é que para se conseguir uma dimensão em termos de produção, os apicultores têm de se agregar ou terem cerca de 5 mil colmeias. “Quem está mais vocacionado para este produto até são os produtores mais novos com 100/200 colmeias. E esses sim começam a produzir”, refere.
As empresas externas que procuram a própolis querem comprar mais de 150 kg de cada vez, o que obriga os apicultores a agregarem-se para poder abastecer as encomendas. Contas feitas são precisos cerca de 20/30 apicultores para produzir essa quantidade. Por cada colónia é possível extrair cerca 250gr por ano, sendo precisas quatro colónias para produzir um kg.
A própolis não tem sido devidamente valorizado, são poucos os apicultores que se dedicam à sua produção mesmo necessitando de um investimento muito baixo (2 a 3€/colmeia no máximo), fácil e rapidamente amortizável. No entanto, a procura existe e o escoamento continua a ser possível, em pequena escala, a produção é mínima, mas todo o que se recolhe é facilmente vendável a preços que oscilam entre os 30 e 95 euros/ kg , dependendo da cor/qualidade e modo de obtenção.

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Hidromel, champanhe e vinagre são produtos que completam a colmeia

 Desde os tempos mais remotos o Hidromel já era caracterizado como a bebida dos deuses, afrodisíaca, que quando as mulheres casavam tomavam para engravidarem. Mas, no fundo são as propriedades de intensidade de mel e microbianas que esta bebida fermentada alcoólica tem que a maioria das pessoas aprecia.
A investigadora de produtos da colmeia do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Letícia Estevinho, foi pioneira na investigação e concepção de Hidromel. Começou por produzir a partir de mel de primeira categoria, mel claro e mel escuro. Desenvolveu a receita e neste momento já tem duas fórmulas optimizadas, actualmente investiga uma forma de produzir Hidromel somente com produtos naturais como pólen, ceras entre outras, resultando assim um produto biológico. Além disso, agora o Hidromel só é feito com mel de segunda categoria. Para a investigadora só faz sentido se o produto servir para acrescentar rentabilidade à colmeia.
“Era muito diferente trabalhar com vinho e trabalhar com mel. Eu trabalhei algum tempo em vinho, mas tive muitos problemas para optimizar a receita, porque no vinho nós temos vitaminas que é tudo aquilo que as gorduras precisam para fermentar. No mel temos principalmente açúcar, então nós tivemos que desenvolver receitas e conseguimos. Para o mel claro deu-nos muito trabalho, porque o mel escuro é muito mais rico em minerais e o mel claro não tem minerais e nós tivemos que investir, trabalhar e conseguimos felizmente”, explica Letícia Estevinho. O objectivo é que este produto esteja de tal forma optimizado que seja fácil de fazer pelos apicultores. “Já está muita gente a fazê-lo e há pessoas que vêm cá para lhes ensinarmos a fazer Hidromel. Toda a gente sabe que o mel com que estou a fazer, como o mel de lavagem, o mel de cera que ia para a rua ou para a alimentação de abelhas, portanto é uma alternativa viável para eles produzirem e mais uma possibilidade de comercializar um produto. Eu não faço Hidromel com mel de primeira categoria, faço com mel que as pessoas não gostam”, refere a investigadora.

Champanhe de Mel, uma inovação em desenvolvimento
“O Hidromel que as pessoas não apreciam tanto, normalmente aproveito e ou faço vinagre ou champanhe. Eu acho que é uma alternativa e as pessoas estão a gostar bastante do champanhe de Hidromel”, frisa Letícia Estevinho.
E quais são as principais diferenças do champanhe de vinho e o champanhe de Hidromel? A investigadora responde e afirma que é só o sabor porque a receita seguida é a mesma conseguindo um produto de elevada qualidade que acredita ter muito potencial.
Outra forma de aproveitar o Hidromel que não sai bem é também fazer vinagre, um produto que em breve estará no mercado porque o IPB em parceria com uma empresa está a desenvolver um projecto de investigação.

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Importações de abelhas ameaçam sector apícola

 Há quem queira entrar no mundo da apicultura mas gostariam, por exemplo, que as abelhas fo ssem mansas ou que produzissem mais do que o habitual e por essa razão importam animais de outros países, espécies inadaptadas à biodiversidade da região e que podem ameaçar o sector apícola.
A especialista em genética de abelhas do departamento do Ambiente e Recursos Naturais do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Alice Pinto, defende que se deve melhorar e seleccionar a raça autóctone, a abelha ibérica (Apis mellifera iberiensis), e não andar a fazer misturas com raças que não estão adaptadas à biodiversidade da região transmontana.
A investigadora considera também que é um mau procedimento e um mau investimento andar a importar essas abelhas comerciais, pois, as rainhas depois vão fecundar zangões locais e daí vão resultar espécies que vão ameaçar a raça.
“Em Portugal e Espanha há alguns apicultores que importam essas raças comerciais. Há pessoas que compram muitas vezes porque querem trabalhar com abelhas mansas e nós devemos trabalhar com material genético que foi moldado pela natureza. Não faz sentido, os apicultores pagam bastante dinheiro por raças alteradas geneticamente, como é o caso da Buckfast muito utilizada agora, mas essas rainhas depois fecundam com os machos locais e depois será substituída pela filha que já será uma descendência híbrida. “A nossa abelha é sem dúvida a que tem melhor desempenho”, explica a investigadora.
Segundo Alice Pinto, os estudos científicos de genética de abelhas já publicados apontam que por vezes “é pior a emenda que o soneto” visto que as espécies híbridas resultantes desses cruzamentos criam abelhas ainda mais agressivas, ou melhor, defensivas, porque é agressiva para o ser humano mas no fundo elas só estão a defender- se de agressões externas.
“Em relação à questão da mansidão das abelhas, até é muito fácil melhorar essa característica, em quatro ou cinco anos de selecção consegue-se. E é isso que os apicultores têm de entender para pararem de importar animais”, acrescenta.
A abelha melífera, Apis meilifera L., distribui-se naturalmente na África, Médio Oriente e Europa. A adaptação à diversidade de condições ecológicas climáticas propiciou a evolução de mais de 24 subespécies entre as quais está a Apis mellifera iberiensis, predominante no Norte de Portugal.
A investigadora do IPB, Alice Pinto, está neste momento envolvida num projecto internacional chamado Centro de Conservação da Diversidade da Abelha na Europa e pretende sensibilizar os apicultores para as ameaças que outras espécies podem trazer para o sector.

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IPB abriu curso novo


O Instituto Politécnico de Bragança mantém no próximo ano letivo os 41 cursos e praticamente o mesmo número de vagas para novas entradas.
Se em 2014 abriram 1843 vagas, em 2015 abrem 1825, uma diferença de apenas 18 vagas que, segundo o presidente da instituição, Sobrinho Teixeira, “dizem respeito ao curso noturno de Gestão”, em que houve uma ligeira adequação.
Relativamente aos cursos, nota para a abertura de um curso em Engenharia de Gestão Industrial, por troca com Paisagismo, “tendo em conta a expansão da fábrica da Faurecia”, sublinhou Sobrinho Teixeira.
Desta forma, mantém-se o número de cursos à disposição dos alunos, algo que se irá repetir, pelo menos, no próximo ano, mesmo com a cláusula que obriga ao encerramento de cursos que tenham menos de dez alunos nos dois anos anteriores. “É um cenário otimista no quadro atual”, frisa Sobrinho Teixeira.

Mais um curso e dois em preparação
Entretanto, em preparação estão já dois novos cursos, um deles vocacionado para os alunos estrangeiros. “Será em Língua Portuguesa para as Relações Lusófonas”, revela o presidente do IPB. O curso foi aprovado há duas semanas pelo que só deverá ser implementado em 2016/17. Na calha está, ainda, um curso de Comunicação Social e outro de Naturoterapia.

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IPB espera atrair mais alunos do litoral com programa de bolsas

O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) é a segunda instituição de ensino superior à qual foram atribuídas o maior número de bolsas do programa Mais Superior.
O presidente do IPB espera que estes apoios atribuídos pelo segundo ano pela tutela contribuam para o aumento de alunos na instituição de ensino.
Os candidatos ao ensino superior residentes nos grandes centros que escolherem o IPB para estudar, terão disponíveis 100 bolsas no valor de 1500 euros. No entanto, Sobrinho Teixeira acredita que no ano anterior este apoio não se traduziu em mais candidatos e tem a expectativa de que em 2015/2016 os efeitos sejam mais visíveis. “No ano transacto não se traduziram num aumento de número de candidatos, porque foram atribuídas quando os candidatos já estavam no interior das instituições e para cursos que têm grande procura”, sustenta o responsável da instituição de ensino. O responsável defende ainda que estas bolsas possam ser acompanhadas de uma maior publicidade, que ajude a promover as instituições de ensino no interior. “Era importante fazer uma divulgação deste tipo de bolsas durante todo o ano e mostrar aos alunos a qualidade das instituições de ensino superior o interior”, refere Num ano em que as vagas do ensino superior diminuíram, no IPB os lugares mantém-se em quase todos os cursos. A excepção foi o de gestão em horário pós-laboral, que tem menos 18 vagas, devido à escassa procura. Trata-se de uma licenciatura que não teve, no último ano, candidatos nas três fases de concurso nacional de acesso.
O IPB disponibiliza 1825 vagas para este ano lectivo, distribuídas por 41 cursos nas 4 escolas superiores.

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20 julho, 2015

6.ª Edição do Workshop de química verde e nanotecnologias


A presente edição desta conferência decorreu no "Brigantia Eco Park" e foi a primeira a realizar-se em Portugal, sendo já uma referência europeia na área da nanotecnologia e na investigação de polímeros.
 Para a engenheira química Filomena Barreira, professora do Instituto Politécnico de Bragança e organizadora da conferência sobre nanotecnologias e conceitos da química verde aplicados ao desenvolvimento de novos materiais, o balanço é extremamente positivo, até porque esta é a primeira vez que este evento científico, que reúne os melhores investigadores e cientistas da actualidade nesta área, decorre em Portugal. Segundo a docente, a conferência está a crescer e prepara-se para atravessar o atlântico, e aterrar, já em 2016, na Costa Rica: "a conferência tem vindo a crescer em termos de público e achámos interessante fazer a experiência de no próximo ano realizarmos a conferência fora da Europa".
José Santos foi um dos investigadores que apresentou os resultados do seu trabalho com polímeros, uma tecnologia para aplicação no sector têxtil, sublinhando a necessidade de haver uma rápida absorção, por parte da indústria, das investigações levadas a cabo neste âmbito: "é essencial desenvolver trabalho de investigação que possa passar rapidamente para o tecido empresarial".

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17 julho, 2015

Estudo promete aumentar produtividade do amendoal em Trás-os-Montes


Instituições de ensino superior e representantes do sector da amêndoa estão a desenvolver soluções para aumentar a produtividade desta cultura em Trás-os-Montes.
 O projecto está a ser desenvolvido em conjunto pelo IPB, UTAD e cooperativas agrícolas de Alfândega da Fé e de Torre de Moncorvo e pretende definir estratégias para contrariar a tendência da baixa produtividade da amendoeira na região. Em campos de teste instalados em Alfândega da fé e a em Torre de Moncorvo serão testados vários factores que levam à baixa produção, como explica António Castro Ribeiro, investigador do IPB.
“As nossas produtividades são muito baixas em comparações com outros países, como Espanha. Pretendemos implementar estratégias que visam aumentar a produtividade. Vamos avaliar o efeito da rega no aumento da produtividade da cultura, a influência da aplicação dos fertilizantes, monitorizar as principais pragas e doenças na cultura, e o papel das geadas”, salienta.
O projecto que se iniciou em 2015, vai prolongar-se por três anos. Período durante o qual o serão realizadas sessões de esclarecimento aos potenciais interessados em investir nesta cultura, semelhantes à que ontem teve lugar em Alfândega da Fé. Informações que vão ao encontro do interesse por este fruto seco, numa altura em que, de acordo com Eduardo Tavares, presidente da Cooperativa Agrícola de Alfândega, a rentabilidade desta produção atingiu um valor histórico. “Actualmente é um excelente investimento, não é apenas um bom investimento. Este ano o preço está entre 8 a 9 euros por quilo do grão da amêndoa, é um preço histórico. A tendência continua a ser de procura, e não há oferta para essa procura”, refere o também vice-presidente do Município de Alfândega.
A aposta pela produção de amendoal tem vindo a intensificar-se nos últimos anos em concelhos como Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Mirandela ou Mogadouro.

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16 julho, 2015

Lúpulo

Investigadores, produtores e empresas querem dar novo impulso à produção


Exibido em 'RTP'.

Jornadas do Lúpulo e Cerveja

Foi no Auditório Dionísio Gonçalves do Instituto Politécnico de Bragança que se realizaram as Jornadas do Lúpulo e Cerveja


Exibido em 'LocalvisãoTV'.

Custos de produção elevados afastam produtores da cultura do lúpulo

Revitalização da cultura esteve em análise no IPB
 A Escola Superior Agrária de Bragança está a desenvolver uma operação de charme junto dos agricultores para que retomem a produção de lúpulo, que já foi uma das mais importantes do concelho há 40 anos, quando exportava, mas que caiu em desuso por razões económicas e empresariais, pois deixou de ser rentável quando os mercados internacionais baixaram os preços.
Atualmente no país, há apenas duas produções de lúpulo, ambas no distrito, uma Pinela e outra em Vinhas, que representam 12 hectares de cultura, vendida na totalidade para a Unicer- -Central de Cervejas. “A industria estrangeira nacional trabalha com matéria-prima comprada no estrangeiro. Agora as condições estão mais favoráveis e há espaço para outras regiões entrarem”, referiu Manuel Ângelo Rodrigues, docente e investigador na ESAB, onde na passada segunda e terça-feira decorreram várias iniciativas, como jornadas e seminários, sobre esta cultura. O investigador acredita que o lúpulo tem “um tremendo potencial” para se desenvolver na região, porque esta tem boas condições climáticas e de solo. “É preciso criar dinamismo na cultura pois os custos de instalação são muito elevados, são precisos equipamentos específicos. Seria necessário um programa de apoio para incentivar os novos produtores”, explicou o docente.

Custo pode chegar aos 15 mil euros por ha
Num bom ano cada hectare de lúpulo pode produzir até 2 mil quilos. Todavia, a instalação de um campo desta cultura “é caríssima”, revelou Humberto Sá Morais, o mais antigo produtor do país. Cada cinco hectares precisam de uma máquina de poda, outra de colheita e de uma para secagem. “Fazer um hectare de lúpulo, segundo as condições atuais, pode custar entre 10 a 15 mil euros”, realçou. A extração da flor de lúpulo é feita na Alemanha, o que agrava os custos.
Com uma visão positiva da situação, o diretor Regional de Agricultura, Manuel Cardoso, considera que há possibilidades de a cultura ser retomada, mas com mudanças substanciais nos métodos de produção que passam pelo aproveitamento de redes de rega já instaladas e que não estão a ser usadas, por rever as variedades de plantas utilizadas, e por fazer um estudo sobre os potenciais compradores e que tipo de lúpulo querem. “Os preços de instalação podem ser revistos com uma vantagem, não sendo tão caros como há 40 anos. É uma instalação cara, o que pode ser ultrapassado com ajuda de financiamentos”, referiu Manuel Cardoso.
A entrada na atividade pode ser subsidiada pelos incentivos previstos no PDR2020, tanto para jovens agricultores, como para os instalados que querem renovar a sua empresa agrícola. A cervejaria artesanal está a ser vista como um mercado a considerar, uma vez que a maioria das 100 já registadas em Portugal importam matéria-prima. Este mercado não é aliciante, segundo Humberto Sá Morais “porque consomem pouco”. Em sua opinião “os produtores tinham que se agrupar para comprarem”.
Gilberto Pintado, produtor da Freixbeer, cerveja artesanal de Freixo de Espada à Cinta, onde também tem um campo de lúpulo com três variedades de plantas, está confiante “desde que existam os apoios necessários”. A planta exige muita água, a cada 24 horas necessita de seis litros. “No nosso campo temos um sistema computorizado”, realçou Gilberto Pintado. Humberto Sá Morais produz 10 toneladas por ano, só acredita que a cultura possa ser revitalizada se houver garantia de escoamento.

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IPB recebe mais 600 mil euros para captar alunos estrangeiros


O Instituto Politécnico de Bragança foi a melhor candidatura a fundos para a captação de alunos estrangeiros. Esta instituição do Nordeste transmontano vai receber 600 mil euros para o pagamento de bolsas a alunos do Magrebe e da Europa de Leste, dinheiro que, frisa o presidente do IPB, Sobrinho Teixeira, “ficará na região pois será utilizado na economia local”.
Este dinheiros junta-se aos 600 mil que o Politécnico de Bragança já recebe pelos alunos de Erasmus da Europa, o que significa uma injeção de 1,2 milhões de euros na economia local. “Foi a primeira vez que houve esta candidatura e o IPB orgulha-se de ter ficado em primeiro lugar no ranking das candidaturas do Ensino Superior, sendo considerada a número um em termos de qualidade, obtendo a segunda maior quantia em valor absoluto de financiamento, pese embora a dimensão comparada do IPB com outras instituições do género localizadas no litoral e de maior expressão”, explicou o mesmo responsável.
O sistema funcionava através de pacotes que eram ganhos e o IPB conseguiu ganhar o pacote do Magrebe, que permitirá acolher alunos da Tunísia, de Marrocos e da Argélia e o pacote do Leste Europeu, de onde virão alunos da Bielorrússia, da Geórgia, da Arménia, da Ucrânia, da Moldávia, do Azerbaijão, entre outros, que se juntam ao Brasil. Uma candidatura que deixou Sobrinho Teixeira radiante. “É com grande satisfação que nós vemos a expansão desta capacidade de internacionalização do IPB e que fará com que no próximo ano aumentemos ainda mais o número de alunos estrangeiros que se vão estabelecer nas cidades de Bragança e de Mirandela”, disse.
Com esta candidatura, o IPB espera vir a acolher cerca de 250 alunos de um universo diferente daquele que era a área convencional de captação do próprio instituto. Todos os anos oferecemos um diploma simbólico a cada um dos países diferente representados no IPB. “Este ano foram 51 e no próximo serão mais. Isto significa não só que aumentamos o número de alunos, mas também que teremos mais alunos de regiões diferentes, o que aumenta a nossa diversidade cultural. Isto é importante para a economia local, já que há uma injeção direta de financiamento comunitário através destes alunos na economia local. Mas o essencial é tornar esta uma região cosmopolita que mesmo no interior consegue albergar no seu seio culturas tão diferentes, religiões diferentes e que consegue dar um lição de humanismo e tolerância na convivência com toda esta diversidade cultural”, frisou Sobrinho Teixeira.

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15 julho, 2015

Lúpulo resiste em Bragança

Está a decorrer até amanhã, no Instituto Politécnico de Bragança, a terceira edição das Jornadas de Lúpulo e Cerveja - Novas oportunidades de negócio.
O objectivo do evento, organizado em conjunto com a Associação Bralúpulo, é debater as potencialidades da planta, nomeadamente as estratégias para redução de custos de produção, a transformação e a possibilidade de captar fundos comunitários para investimentos nesta produção.
O lúpulo foi mesmo a cultura mais rentável do distrito, entre as décadas de 60 e 80. No concelho de Bragança, chegou a haver cerca de 30 campos de lúpulo, num total de mais de cem hectares. No auge da produção, os produtores de lúpulo do distrito vendiam o produto à empresa Lupulex, que foi extinta em 1990. Nessa altura foi constituída a Bralúpulo, Produtores de Bragança e Braga e o lúpulo passou a ser vendida à Centralcer e actualmente é também vendido à Unicer. Além dos postos de trabalho que criava na altura da colheita, o lúpulo movimentava ainda o comércio, nomeadamente de adubos, pesticidas, alfaias e máquinas agrícolas.
Na década de 80, Bragança tinha uma cooperativa que recebia dezenas de produtores de lúpulo que partilhavam as máquinas de ripagem e secagem. A partir de finais da década de 80, houve uma reconversão da cultura, apostando-se na plantação da variedade Nugget, uma vez que a variedade produzida até então, deixou de ter valor comercial. Para a reconversão da cultura, os produtores tiveram o apoio de fundos comunitários, algo que consideram que é necessário garantir actualmente para a sobrevivência da cultura do lúpulo.
Agora há apenas duas explorações no distrito. Uma actividade que é mantida por gosto e não propriamente pelos rendimentos obtidos. Cada plantação tem 6 hectares e é explorada por 3 produtores, o que totaliza 6 produtores e 12 hectares de produção no distrito de Bragança e a nível nacional. António Rodrigues, em Pinela, no concelho de Bragança continua a dedicar-se à produção de lúpulo, apesar de considerar que actualmente a cultura não é rentável. “A cultura do lúpulo, presentemente, não é rentável. Os custos de produção são elevados. O valor pago ao produtor muitas vezes é inferior aos 4 euros. Neste momento, está estabilizado mas como os produtores não tinham capacidade para apostar na maquinização foram abandonando a cultura porque os custos de produção eram superiores aos rendimentos”, refere o produtor.
Um dos entraves à rentabilidade da produção é a extracção da flor do lúpulo que é feita na Alemanha, o que encarece a produção. Para justificar a instalação de uma fábrica de extracção seria necessária uma produção de 500 hectares. Investir nesta cultura pode não ser para todas as bolsas. Segundo os produtores, para produção de 6 hectares, o ideal para atingir uma produção rentável, é necessário um investimento de cerca de 500 mil euros, entre plantas e sistemas de irrigação e mecanização. Uma das soluções poderá ser a constituição de cooperativas e dividir parcelas, de forma a exigir menos investimento.

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10 julho, 2015

Instituto Politécnico de Bragança vai receber mais 300 alunos de Erasmus


O Instituto Politécnico de Bragança vai receber pelo menos mais 300 alunos através do programa Erasmus que este ano prevê, pela primeira vez, a mobilidade de alunos de países fora da União Europeia, durante um ano.
A maioria destes estudantes virá da Europa de Leste, mas também de países como Marrocos, Tunísia e Brasil.
O IPB ficou em primeiro lugar na lista de instituições de ensino seleccionadas pelo programa Erasmus +, sendo contemplado com o segundo maior volume de financiamento para a atribuição de bolsas a estudantes. O IPB conseguiu uma verba de cerca de 600 mil euros, apenas sendo ultrapassado pela Universidade do Porto que obteve um financiamento de cerca de 870 mil euros.
O presidente do Instituto Politécnico de Bragança, Sobrinho Teixeira, não esconde a satisfação com o resultado obtido. “Estamos muito satisfeitos pelo facto de conseguirmos, na primeira vez que esta candidatura é feita, ter ficado em primeiro lugar, o que demonstra a aposta de qualidade, a nível internacional que o IPB está a fazer”, considera Sobrinho Teixeira.
No total, o programa Erasmus disponibiliza ao Instituto Politécnico de Bragança uma verba de cerca 1 milhão e 200 mil euros para programas de mobilidade. Sobrinho Teixeira destaca o facto da instituição de ensino ter vindo a desenvolver várias parcerias com instituições de ensino superior de vários países, sendo hoje reconhecido a nível internacional. “Esta classificação deve-se também ao facto de já termos um historial de cooperação no passado. Foi analisado o mérito da candidatura e ela já estava consolidada numa série de parcerias que o politécnico tinha já realizado com instituições desses países”, frisa o presidente do IPB.
Espera-se que mais de 1500 estudantes estrangeiros frequentem o IPB no próximo ano lectivo.

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França e Reino Unido piscam o olho a finalistas de enfermagem do IPB


O destino mais do que provável destes futuros enfermeiros da Escola Superior de Saúde será uma qualquer região francesa ou países como Inglaterra, Irlanda do Norte ou República da Irlanda.
Os jovens licenciados portugueses continuam a ser incentivados a dar continuidade à sua vida profissional além-fronteiras. Esta tarde, foi a empresa de recrutamento holandesa “Jobs Abroad” a desenvolver uma sessão de esclarecimento na Escola Superior de Saúde, tendo em vista os finalistas de enfermagem, que terminam o curso este mês.
"Eu acho que estas acções que estão a decorrer na escola são muito importantes. Vejo pelos meus colegas que saíram anteriormente, pois praticamente 80 por cento estão a trabalhar em Inglaterra", diz Ana Santos, finalista do curso de enfermagem da ESSa, que elogia a iniciativa do IPB: "é de louvar, tendo em conta o panorama que temos hoje em dia. Está um bocadinho difícil arranjar emprego cá em Portugal, embora haja falta de enfermeiros no nosso país, como toda a gente sabe".
Na terça-feira tinha sido a vez do hospital privado Saint François, situado na cidade de Montluçon, na região de Auvergne, em França, levar a cabo uma acção de recrutamento na ESSa. Jorge Morais, 22 anos, natural de Bragança e finalista do curso de enfermagem, foi um dos jovens que se candidatou a uma vaga no hospital francês: "gostava de trabalhar cá em Portugal, mas como por cá as coisas estão um bocadinho difíceis, vou tentar para o estrangeiro". Para o jovem finalista de enfermagem, França surge como o destino de eleição por causa da língua: "prefiro a França por causa da facilidade da língua", mas não descarta outros cenários, nomeadamente, o Reino Unido.

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07 julho, 2015

Ensino superior regressa a Chaves

São cinco cursos técnicos superiores profissionais que permitem o desenvolvimento de competências técnicas específicas para iniciar uma actividade profissional.
 O Instituto Politécnico de Bragança vai ministrar em Chaves cinco Cursos Técnicos Superiores Profissionais, já no próximo ano lectivo. É o regresso do ensino superior à cidade, após o encerramento do Pólo da Universidade de Trás-os-Montes.

Para o presidente da autarquia, António Cabeleira, “a vinda do IPB para Chaves reveste-se de uma importância significativa”, na medida em que vai “formar profissionais para ajudar a estruturar o mercado de trabalho local”.
Já o presidente do Instituto Politécnico de Bragança, Sobrinho Teixeira, justifica a aposta em Chaves como forma de contribuir para o desenvolvimento de toda a região de Trás-os-Montes.
“É a nossa missão. Não podemos reclamar sobre o centralismo de Lisboa e depois não termos essa abrangência em relação à região”, frisa. Para a promoção do Ensino Superior e Profissional do Alto Tâmega foi assinado um protocolo que envolve o Instituto Politécnico de Bragança, o Município de Chaves, a Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega, a Escola Profissional de Chaves, o Agrupamento Fernão de Magalhães, o Agrupamento António Granjo, o Agrupamento Dr. Júlio Martins e a Associação Empresarial do Alto Tâmega.
Os Cursos Técnicos Superiores Profissionais são uma nova formação com duração de dois anos, que incluem seis meses de estágio numa empresa. São cursos de Nível 5 do Quadro Nacional de Qualificações, que conferem o Diploma de Técnico Superior Profissional.
Os alunos que os frequentem estes cursos superiores têm mesma oferta e vantagens que os estudantes de uma licenciatura ou mestrado nomeadamente ao nível da acção social e da obtenção de bolsas.
A nova formação permite o desenvolvimento de competências técnicas específicas para iniciar uma actividade profissional. A integração em contexto de trabalho é feita de imediato, através do estágio, o que representa um maior potencial de empregabilidade.

“População só se fixa com emprego”
Os cursos a ministrar em Chaves têm em conta a realidade do Alto Tâmega e visam “captar jovens da região, mas, sobretudo, captar jovens do litoral para o interior”, refere o presidente do IPB.
Para Sobrinho Teixeira, “o fenómeno da inversão da demografia ou a redução do flagelo da demografia” faz-se também “trazendo jovens” a Chaves, fazendo-os acreditar que “vale a pena viver em Chaves” e que “Trás-os-Montes é uma aposta no futuro, quer em termos de dinamismo económico, quer em termos e qualidade de vida”.
“O IPB teve de ir à procura de estágios e foi à procura de empresas e/ou organizações que existem na região. Isto significa que um jovem de Chaves, que ama a sua terra e quer ficar aqui, frequentando este curso, tem uma grande probabilidade de encontrar aqui emprego. E um jovem fora de Chaves, que aqui vem estudar, tem a probabilidade de encontrar aqui emprego”, refere o secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes.
“Alguns destes jovens vão ter oportunidade de trabalhar em Chaves, e isso é importante”, diz Cabeleira, realçando que “é preciso fixar população” e que “a população só se fixa com emprego”.

Publicado em 'Rádio Renascença'.

03 julho, 2015

Aditivos mais naturais?

Politécnico de Bragança publica estudo com a Complutense, de Madrid
 A Agência de Segurança Alimentar Europeia continua a colocar sob escrutínio alguns aditivos utilizados de forma massiva em muitos dos produtos que ingerimos: o ácido sórbico, o sorbato de potássio e o sorbato de cálcio, utilizados como conservantes, inibidores do crescimento de fungos e bactericidas. Estes conservantes existem na natureza em diversos alimentos e para a sua utilização na indústria são obtidos por síntese química. As quantidades diárias ingeridas, DDR – Dose Diária Recomendada, foram revistas tendo em conta novos dados científicos. Contudo, a utilização de aditivos, naturais ou sintéticos, é uma condição incontornável para consumir um alimento seguro, sem riscos de saúde para o consumidor.
Nesta linha, diversos investigadores da área alimentar têm direccionado os seus estudos para a utilização de aditivos naturais. Uma publicação muito recente na revista Trends in Food Science & Technology, em Junho 2015, de investigadores do Instituto Politécnico de Bragança e da Universidad Complutense de Madrid: “Natural food additives: Quo vadis?”, faz uma revisão dos aditivos naturais com poder antimicrobiano, antioxidante, adoçante ou de coloração, que foram testados ou estão já em utilização em produtos alimentares.
A disponibilização de alguns destes produtos naturais e a sua viabilidade económica ditarão as regras de um caminho a percorrer, que começa na ciência com a validação técnica da aplicabilidade de alguns dos aditivos naturais testados, seguindo assim as novas exigências dos consumidores.

Publicado em 'Ciência Hoje'.