20 março, 2007

ESTIG com novo presidente

Sandra Canteiro
Equipa pretende captar novos alunos e aposta na implementação de horários em regime pós–laboral

Albano Alves é o novo presidente da Escola Superior de Tecnologia e de Gestão de Bragança (ESTIG). A nova equipa directiva, que tomou posse na passada quarta-feira, é ainda constituída pelos vice-presidentes, Paulo Leitão e Maria João Pereira.
Eleita por um período de três anos, a nova direcção pretende seguir uma política de continuidade. “Vamos prosseguir com o trabalho feito até agora, mas com desafios que há um ano atrás não tínhamos”, referiu Albano Alves.
O responsável pretende criar novos cursos de mestrados, de modo a atrair mais alunos para o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e manter os que já são ministrados pela instituição. “Queremos garantir que os estudantes possam continuar na escola após a licenciatura”, avançou o responsável.
A nova direcção vai apostar, também, na implementação de aulas em horários pós–laborais, de modo a impedir que alunos abandonem o curso. “Queremos dar a oportunidade aos que vêm de fora e aos trabalhadores–estudantes. Assim, conseguimos recrutar novos alunos”, adiantou o presidente da ESTIG.
Para Albano Alves, parte dos casos de abandono escolar deve-se à falta de disponibilidade dos estudantes para frequentar as disciplinas. “Se puderem ter aulas compatíveis com os seus horários, será uma forma de garantir o sucesso escolar e a permanência no IPB até final dos cursos”, salientou o responsável.

Nova direcção defende uma coordenação maior entre as diferentes escolas do IPB
Albano Alves aposta numa coordenação entre as diversas escolas do instituto. “É necessário potenciar o IPB como um todo e aproveitar todas a mais-valias que temos”, defendeu o presidente da ESTIG.
Na óptica do responsável, só através da coordenação de estratégias é possível “assegurar resultados mais ambiciosos, que não são possíveis se uma escola for considerada de forma autónoma”.
Nos próximos três anos, Albano Alves espera que a relação da instituição com a comunidade exterior se aprofunde. “Queremos desenvolver novos projectos e promover o desenvolvimento da região”, realçou.
Recorde-se que a ESTIG foi presidida, nos últimos seis anos, por José Adriano que liderou a equipa directiva durante dois mandatos.

Publicado no jornal 'Jornal Nordeste' de hoje.

15 março, 2007

À noite na… escola

Aida Sofia Lima
Instituto Politécnico funciona 24 horas

Muitas das instituições de ensino superior do país funcionam com um horário de meio dia, isto é, abrem as portas às oito da manhã e encerram às oito da noite. O Instituto Politécnico de Bragança é um dos casos de excepção Disponibiliza as suas instalações, todos os dias da semana, incluindo fins-de-semana, 24 horas por dia.
“Nós aqui tentamos tirar o máximo proveito do facto de o Instituto Politécnico ter vigilância permanente. Temos sempre um vigilante de serviço em cada uma das escolas. Isso permite, para além do serviço base de ronda, de verificação de avarias, a possibilidade de professores e alunos trabalharem fora de horas nas instalações”, explicou Conceição Martins, presidente do Conselho Executivo da Escola Superior de Educação de Bragança (ESE).
Economicamente, este tipo de utilização incessante dos espaços tem custos mais elevados. “O facto de termos vigilância 24 horas tem mais custos. Aquilo que nós sabemos de outras instituições, que já tiveram este tipo de vigilância e que, por razões orçamentais, optaram por fazer novos contratos, é que tiveram redução nos gastos. Apesar de isso ser tema de discussão no instituto, essa será a última medida a tomar do ponto de vista financeiro, porque sentimos que a nossa política é uma mais valia para o trabalho dos professores e alunos”, sublinhou Conceição Martins.

Quem entra na ESE à noite depara-se com meia dúzia de alunos espalhados pelos sofás da entrada, com computadores portáteis no colo. Estão a usufruir do sistema wireless que a escola disponibiliza no seu espaço, permitindo um acesso pleno e gratuito à internet. Contudo, para quem não possui os novos equipamentos tecnológicos, existem salas de informática, onde os alunos poderão navegar sem limites.
Para além da procura da internet, muitos dos estudantes frequentam a escola fora de horas para trabalhar em grupo, estudar, pesquisar na biblioteca, ensaiar, praticar desporto, executar trabalhos artísticos, entre outras actividades. A única regra é entrar na escola até por volta da meia-noite, sem horário de saída obrigatório.
Não só os alunos se dirigem à noite ao estabelecimento de ensino. Muitos docentes aproveitam o espaço fora do horário lectivo para se reunirem, trabalharem e receberem alunos.
Ana Paula Sismeiro, professora de Psicologia, é uma das presenças nocturnas habituais. “Já fiquei muitas noites a trabalhar na escola até de madrugada, ou entrar de madrugada, uma vez que é necessário fazer determinados serviços. Os trabalhos são diversos. Por exemplo, no ano passado atendia alunos até à uma da manhã. Mas também já tive reuniões de departamento até às cinco horas da madrugada”. Apesar de o trabalho realizado ser superior ao número de horas previstas, os professores encaram com naturalidade a situação. “o facto de a escola estar aberta 24 horas é uma mais valia, porque o trabalho tem que ser feito e, se a escola fechasse, impunha-se uma grande dificuldade logística. A escola aberta é um recurso muito importante”, explica Ana Paula.
Também a docente de Português, Dina Rodrigues, partilha da opinião da colega. Assim, explica-nos as vantagens de uma escola sempre aberta: “nós trabalhamos muito aqui. Não é problema jantar às 22h ou nem jantar. O facto de não fechar não nos condiciona com timings e cortes e o nosso trabalho flúi continuadamente. Também quando preciso de um documento sei que posso vir buscá-lo a qualquer hora e não interromper o trabalho para o dia seguinte”. E acrescenta que, no caso das deslocações em trabalho, seja reuniões ou estágios, poder ir buscar o carro de serviço a qualquer hora é uma grande vantagem. Também existe a possibilidade de repor aulas e de realizar exames que exigem uma logística nem sempre disponível durante o período de aulas.

Para as aulas de Português leccionadas aos alunos Erasmus, é imprescindível que a escola esteja aberta à noite, uma vez que, como referiu Dina Rodrigues, “seria impensável estes alunos terem aulas durante o dia. Pois estas são dirigidas aos alunos de todo o politécnico, de cursos variados das três escolas, com horários de aulas muito distintos”.
“Ninguém vê a ocupação nocturna como um sacrifício, mas sim como uma vantagem, porque nos resolve muitos problemas pontuais. Quer para professores, quer para alunos, seria dramático se impusessem o fecho da escola. Teria que existir uma reorganização, o que criaria alguns problemas”, sublinhou a docente.
São diversas as actividades desenvolvidas pelos alunos que aceitam a escola como sua. Por exemplo, na área da Educação Física existe uma utilização regular do ginásio. “Temos um protocolo com a Associação de Estudantes que promove desportos como Capoeira, Kickboxing, Karaté. Mas também existem outras modalidades promovidas pela escola, como aulas de Step, musculação, ou promovidas pela Associação de Funcionários do Politécnico, no caso das danças de salão”, enumerou Conceição Martins. Para além do desporto, em algumas épocas, decorrem aulas em regime nocturno e em horário pós-laboral funciona o Centro de Línguas.
Para a presidente da ESE, a escola é particular, uma vez que, como explica, “tendo muitas áreas do saber, desde música, expressão dramática, artes, educação física, informática, história, estas componentes acabam por ter aqui espaços onde todos podem rentabilizar o seu trabalho”.

Os utilizadores da escola
Salomé Rodrigues
Educação de Infância
“Utilizo os espaços da escola à noite para pesquisas na internet, fazer trabalhos individuais e de grupo, pesquisar na biblioteca. Por exemplo, na semana passada estive na escola das 20h às 4h, para preparar coisas para o meu estágio.
É importante manterem a escola aberta, porque, se não fosse assim, eu não poderia vir trabalhar à noite, não poderia usar a internet e durante o dia com aulas seria muito complicado”.

Diana Gonçalves
Educação de Infância
“Utilizo a escola à noite quando preciso de vir à internet ou para fazer trabalhos de grupo. Considero importante a escola disponibilizar as suas instalações, até porque há pessoas que não têm condições em casa e assim podem trabalhar”.

Olema Pires
Responsável da reprografia
“Por vezes funcionamos num horário alargado. Não sempre, porque não há dinheiro para pagar aos funcionários, mas tenho a certeza que, se estivesse todos os dias até à meia-noite, até à meia-noite teria alunos para atender. Muitas vezes venho à noite orientar o meu serviço para o dia seguinte, porque durante o dia há muito movimento.
Há sempre muita gente na escola à noite e eu acho muito bem que tenham o horário alargado, porque a escola é para servir os alunos, e para mim até deveria existir aulas no horário nocturno para os trabalhadores estudantes, porque eles têm muitas dificuldades.
Aos fins-de-semana também venho muitas vezes, até para ajudar os alunos”.

Paulo Rodrigues
Vigilante da escola
“Há muito movimento na escola durante a noite. Estão sempre cá professores e alunos. Os alunos vêm para a internet, fazer trabalhos, vão para a serigrafia, para a sala de cerâmica, desporto…
Até agora nunca houve problema nenhum. Estou aqui há nove anos e nunca se passou nada de anormal, até porque os alunos estão aqui para trabalhar e sabem que a escola é deles e que têm que a estimar.
A altura dos exames é a mais movimentada, também quando têm trabalhos. Diariamente há sempre alunos, até ao fim-de-semana. Talvez o dia mais fraco é a sexta-feira e sábado”.

Catarina Pipa
Professores de 1º ciclo
“Entrei na escola a esta hora para requisitar material, pois amanhã tenho estágio e o material só ficou disponível agora.
Utilizo a escola à noite para a internet, trabalhos de grupo. Acho que as entradas na escola deviam ser toda a noite, e o horário da biblioteca ser mais alargado, pois como finalista passo pouco tempo na escola durante o dia e à noite é a melhor altura para trabalhar e requisitar materiais na escola”.

Maria Almeida
Português / História
“Vim agora à noite para a escola para estudar e consultar livros na biblioteca. A escola aberta permite-nos ter acesso a livros, fazer trabalhos de grupo, conviver com os colegas, internet.
Para mim é habitual estar na escola diariamente até à meia-noite”.

Natalino Andrade
Engenharia Biomédica
“Entrei a esta hora na escola para usar os computadores, porque aqui é mais calmo e tem um ambiente acolhedor para o estudo.
Venho com alguma frequência, principalmente ao fim-de-semana, para os computadores ou estudar.
Normalmente fico cerca de três horas na escola, durante a noite.
Acho que é muito importante a escola ter estes espaços abertos à noite, porque nós, durante o dia, temos aulas e só à noite é que temos mais tempo livre para estudar. Acho louvável a iniciativa de deixar a escola aberta à noite, porque contribui para um melhor aproveitamento dos alunos”.

Bragança
Animação e Prod. Artística
“Muitas vezes venho para a escola à noite, para a internet, para organizar trabalhos com os colegas, estudar.
Considero importante a escola estar aberta, mas acho que o horário de entrada ainda devia ser mais prolongado, cerca de mais três horas.
O meu curso é mais prático e o horário nocturno é o mais apropriado para nós, porque de dia é difícil. Temos muitos trabalhos artísticos e à noite podemos dar melhor continuidade”.

Luís Miguel
Engenharia Mecânica
“Entrei agora na escola porque vou praticar Kickboxing e essa modalidade existe aqui, num horário nocturno. Duas vezes por semana, a partir das 21h30 até, por volta, das 23h30.
Aqui há muitos alunos, por exemplo na internet, ou trabalhos de grupo. Utilizo a minha escola também para essas actividades, à noite.
Acho importante a escola ter um horário alargado e se o horário de entrada fosse mais alargado, melhor. Por exemplo, quando queremos alguma informação imediata, seria mais fácil”.

Manuel Matos
Funcionário da escola
“As instalações desportivas têm grande ocupação, fundamentalmente fora do horário lectivo. Das 18h30 às 23h30, na parte de musculação, aeróbica, Step, depois no pavilhão o Kickboxing e a capoeira.
Há muitos alunos e também temos a associação dos funcionários do IPB, com danças de salão”.

Publicado no jornal 'Mensageiro de Bragança' de hoje.

13 março, 2007

Aposta na investigação aplicada à comunidade

Glória Lopes
O presidente do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Sobrinho Teixeira, quer que os politécnicos do Norte se constituam como um nicho de competitividade na região e país.
Para o efeito, defende o incremento das ligações com a Associação dos Politécnicos do Norte, que integra várias instituições, nomeadamente o politécnico de Bragança, Porto, Viana do Castelo e Cavado/Ave, no sentido de essa associação passar a ser uma base para a competitividade, através da cooperação a vários níveis.

Na forja está a criação de projectos em comum: um sistema de mestrados, ministrados pelas quatro instituições; centros de investigação, com uma vertente mais aplicada; e ainda um sistema de prestação de serviços comum. “A região é grande, e pequena, para os desafios que se colocam ao IPB, e ao trazermos investigadores e prestadores de serviços para a região podemos ajudar ao seu desenvolvimento” referiu o presidente.

A cooperação entre instituições de ensino pode constituir-se também como uma boa oportunidade para o intercâmbio de docentes.
O intercâmbio com outros politécnicos é uma das estratégias da instituição brigantina, que vai de encontro ao defendido pelos técnicos da Associação Europeia de Universidades (EUA) que na passada sexta-feira, 9, apresentaram, em Bragança, o relatório da avaliação institucional realizada ao IPB, mas que envolve mais nove instituições europeias de ensino superior. A EUA representa 750 universidades de 45 países da Europa. A avaliação feita ao IPB obedeceu à análise de vários parâmetros: plano estratégico, esforço interno da instituição, fraquezas e forças, elaboração de um relatório interno por parte da própria instituição de ensino, e obrigou a duas visitas ao local.

De acordo com o relatório final, a instituição de Bragança, no ranking qualitativo, está nos primeiros lugares, senão mesmo no primeiro. O grande posto a desfavor é o facto de o IPB se localizar numa região empobrecida, mas ao mesmo tempo isso transformou-se em força e num factor positivo, “porque representa um grande sucesso a nível nacional”.

Entre os melhores
As conclusões da avaliação são francamente positivas para a instituição. O presidente admite que não estava à espera, e que ficou “confortado” por se tratar de uma apreciação positiva e feita por uma equipa de avaliação externa, “que não foi sujeita a qualquer tipo de pressão”, frisou.
O relatório distingue o IPB em relação aos demais, não faz avaliações negativas, mas aponta sugestões para delinear uma estratégia a seguir, “algumas das quais foram equacionadas no último conselho geral” adiantou Sobrinho Teixeira.
Os técnicos da EUA sugerem uma maior coordenação e centralidade dentro da instituição, que integra cinco escolas (Escola Superior de Educação, Escola Superior de Saúde, Escola Superior de Tecnologia e Gestão, Escola Superior Agrária e Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Mirandela). Sobrinho Teixeira contrapõe que é preciso “moderação na centralidade”, e defende uma maior coordenação, por exemplo ao nível da promoção conjunta e global do IPB, ao invés do que acontece actualmente, com promoções individuais por escola. “Leva a um grande despêndio de recursos e a uma menor eficácia no retorno, e até algum desgaste da própria imagem institucional”. No entanto, não defende uma concentração de decisões. “A riqueza da instituição esteve sempre na diversidade de opiniões”.
A questão da promoção do IPB está a ser equacionado, vai-se proceder à revisão dos estatutos, para criar dois lugares junto à presidência para centralizar a questão da publicidade e do marketing e para fazer uma maior aposta na área do empreendedorismo.

Dentro da estratégica que se vai seguir, surge uma parte menos visível, “mas que será uma das mais dolorosas e mais estratégicas”, Sobrinho Teixeira referia-se à coordenação da investigação. “Não é mais possível continuar a ter 120 doutores a fazer investigação sem que isso tenho um retorno na colectividade, poderá ser doloroso, mas alguns terão adaptar as investigações a uma vertente mais útil para a comunidade”. A aposta deverá ser seis ou sete áreas de investigação com vista ao desenvolvimento da região, com uma maior ligação às empresas. Uma das apostas será no ramo Agrário, “porque temos a melhor escola do país, o que ficou evidente no número de mestrados atribuídos ao IPB” referiu aquele responsável. A Escola Superior Agrária de Bragança viu aprovados recentemente três novos mestrados na área das Ciências Agrárias, “as restantes escolas do país não tiveram direito a nenhum”, salientou. Prevê-se ainda a criação de centros de investigação nesta área com ligação aos produtores regionais.

Outra inovação está relacionada com a criação de um Centro de Estudos do Idoso. “Poderá ser uma boa oportunidade para as Escolas de Educação e Saúde, com os diversos cursos, uma vez que este é uma nicho que não está coberto no país e que o IPB devia aproveitar” explicou.
Apesar de a região não dispor de um tecido industrial, o politécnico brigantino pode ter um papel determinante, criando linhas de investigação aplicada em determinadas áreas de desenvolvimento industrial, “ao dar essas competências aos seus alunos, pode ser um indutor de nichos”. A investigação na área das energias alternativas, será um aspecto a desenvolver, uma vez que a região tem condições propícias: muito vento em diversos concelhos, na Terra Quente tem muitas quantidades de horas de sol, e muita área para a produção de biomassa. Neste âmbito está a ser delineado um mestrado comum com a Universidade de Salamanca.
Quanto ao pólo do IPB em Mirandela, Sobrinho Teixeira prometeu que a presidência vai ter uma “medida pro-activa para distinguir Mirandela” e trabalhar para que até 2010, a Escola Superior de Tecnologia e Gestão instalada naquela cidade esteja dotada com as infra-estruturas necessárias. Os aspectos relacionadas com aquela instituição, eram os que suscitavam uma maior ao receio ao presidente, uma vez que temia uma “avaliação menos positiva sobre a importância e continuidade” da escola.

Publicado no jornal 'O Informativo' de hoje.

12 março, 2007

European University Association dá nota positiva ao IPB

Brigantia

O instituto Politécnico de Bragança passou com distinção na avaliação feita por uma equipa da European University Association. Dez instituições portuguesas sujeitaram-se a esta avaliação externa que não tinha por objectivo classificar num ranking nacional cada uma das instituições mas tão só apontar caminhos para o desenvolvimento no futuro.

Aquela equipa considerou o IPB “perfeitamente preparado” para enfrentar os desafios e sugeriu apenas que o politécnico continue a apostar nas parcerias externas e ao mesmo tempo aumente a cooperação entre as cinco escolas do instituto.

A ideia desta avaliação é criar um suporte para traçar o caminho para responder aos novos desafios, desde logo a equipa sugeriu que o IPB por se encontrar numa zona desertificada e com baixo poder económico deve ganhar escala e força reivindicativa criando parcerias com outras instituições. Parcerias que devem ser desenvolvidas essencialmente na criação de novos cursos de mestrado. Sobrinho Teixeira, presidente do instituto, concorda que esta filosofia e adianta que já existem projectos no âmbito da associação dos politécnicos do Norte do país. “Vamos dar um grande incremento a essa associação, será uma base de competitividade com as universidades, vamos criar um sistema de mestrados em comum, um sistema de centros de investigação com uma vertente mais aplicada e um sistema também de prestação de serviços comum”, adiantou aquele responsável.

A nível interno a equipa de avaliação defendeu uma maior cooperação entre as cinco escolas do politécnico, criando um espírito de grupo que faça o grupo trabalhar com objectivos comuns. “Nomeadamente na área da promoção cada escola tem trabalhado individualmente, vamos trabalhar esse aspecto, alias pretendo criar dois lugares de pré-presidência, um deles para trabalhar nessa área”.

Outro aspecto e quiçá dos mais importantes tem a ver com a vertente de investigação, a equipa de avaliação considera que este é um campo que tem de ser redefinido, o presidente do IPB também concorda e adianta que pretende criar linhas claras de investigação, e dá três exemplos: o primeiro necessariamente ligado às ciências agrárias; em segundo lugar propõe a criação de um centro de investigação do idoso; e, por fim, a criação de um centro de investigação na área das energias renováveis.

Em 'Brigantia' de hoje.

IPB entre os melhores politécnicos


O Instituto Politécnico de Bragança vai reformular a investigação, participando num centro especializado para essa actividade, que vai concentrar cinco ou seis áreas de estudo.
Um dos projectos a ser levado a cabo pela Associação dos Politécnicos do Norte do País pode reforçar a competitividade face às universidades.
RBA

Esta foi uma das sugestões deixadas ao IPB, pela equipa de avaliadores da Associação Europeia das Universidades, que esteve na região durante alguns dias.
Estes especialistas que avaliaram dez instituições do ensino superior em Portugal deixaram vários elogios ao Instituto Politécnico de Bragança, considerando mesmo tratar-se de um dos melhores Politécnicos do país.
A avaliação levou mesmo o presidente do IPB a considerar que se tratou de um momento histórico para a instituição.
Contudo, no âmbito das conclusões foram também deixadas algumas ideias para melhorar a actividade do politécnico.
Entre elas, dada a situação geográfica e a necessidade da instituição se virar mais para o exterior, a comissão entende que o IPB deve incrementar a sua participação como membro de um agrupamento de Politécnicos.
A associação que congrega este tipo instituições no Norte do país vai reforçar essa acção.
Os avaliadores consideram que a gestão do IPB é muito positiva, mas deve ser mais centralizadora.
Sobrinho Teixeira, presidente do Instituto Politécnico de Bragança concorda parcialmente e por isso vai propor a criação de duas pró-presidências.
Uma para área do Markting e outra para gerir o sector da investigação.
Ficou expressa a necessidade de haver uma estratégia para a investigação, concentrando-a em cinco ou seis áreas.
Sobrinho Teixeira diz que não é possível manter 120 doutores a fazer estudos indivíduais.
Entende que a Escola Agrária deve aplicar conhecimentos para o sector agrícola, a Escola Superior de Tecnologia e Gestão na promoção de empresas, por exemplo na área das energias renováveis e a Educação deve criar um Centro de Estudo do Idoso.
Sobrinho Teixeira também ficou surpreendido positivamente com a avaliação feita à Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Mirandela, tendo sido reconhecido o esforço em manter uma instituição considerada fundamental para a região.
O presidente do IPB revela por isso que vai ser feito um esforço no sentido de dotar a escola de mais recursos, reforçando ainda o corpo docente com mais doutoramentos, tendo em vista a validação de cursos que vai ocorrer em 2010.

Em 'RBA' de hoje.

Politécnico entre os melhores do país em relatório europeu

Glória Lopes

O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) está entre os melhores do país. De acordo com o relatório final da Associação Europeia de Universidades (EUA), que procedeu a uma avaliação à instituição, no ranking qualitativo, está nos primeiros lugares.

O grande ponto a desfavor é o facto de o IPB se localizar numa região empobrecida. Essa aparente desvantagem transformou-se em força e num factor positivo, "porque representamos um grande sucesso a nível nacional", referiu o presidente do Instituto, Sobrinho Teixeira.

Para reforçar ainda mais a posição da instituição que lidera, o presidente quer que os politécnicos do Norte se transformem num nicho de competitividade na região e no país.

Para conseguir esse objectivo, defende o desenvolvimento das ligações com a Associação dos Politécnicos do Norte, que integra mais três instituições (os politécnicos do Porto, Viana do Castelo e Cavado/Ave), através da cooperação a vários níveis.

Na mira, está a criação de vários projectos comuns um sistema de mestrados, ministrados pelas quatro instituições; centros de investigação aplicada e, ainda, um sistema de prestação de serviços comum.

Intercâmbio

"A região é grande e pequena, para os desafios que se colocam ao IPB, e ao trazermos investigadores e prestadores de serviços para a região podemos ajudar ao seu desenvolvimento", referiu o presidente.

O intercâmbio com outros politécnicos é uma das estratégias da instituição brigantina, que vai de encontro ao defendido pelos técnicos da EUA, cujo relatório da avaliação institucional realizada ao IPB foi apresentado ontem. Mais nove instituições europeias de Ensino Superior foram sujeitas a avaliação semelhante. A EUA representa 750 universidades de 45 países da Europa.

As conclusões da avaliação são francamente positivas para a instituição, que actualmente tem seis mil alunos e 120 professores com grau de doutoramento.

O presidente admite que não estava à espera e que ficou "confortado", por se tratar de uma apreciação positiva, feita por uma equipa de avaliação externa, "que não foi sujeita a qualquer tipo de pressão". O relatório distingui o IPB em relação aos demais. Não faz avaliações negativas, mas aponta sugestões para delinear uma estratégia para melhores resultados.

Coordenação

Os técnicos sugerem uma maior coordenação e centralidade dentro da instituição, que integra cinco escolas (Escola Superior de Educação, Escola Superior de Saúde, Escola Superior de Tecnologia e Gestão, Escola Superior Agrária e Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Mirandela).

Sobrinho Teixeira contrapõe que é preciso "moderação na centralidade" e defende uma maior coordenação ao nível da promoção global do IPB, ao invés do que acontece actualmente, com promoções individuais por escola.

Dentro da estratégia, vai fazer-se a coordenação da investigação. "Não é mais possível continuar a ter 120 doutores a fazer investigação sem que isso tenha um retorno na colectividade, poderá ser doloroso, mas alguns terão adaptar as investigações a uma vertente mais útil para a comunidade".

A aposta deverá ser seis ou sete áreas de investigação com vista ao desenvolvimento da região e uma maior ligação às empresas.

Uma das apostas será no ramo agrário. A Escola Superior Agrária de Bragança viu aprovados recentemente três novos mestrados. As restantes escolas do país não tiveram direito a nenhum.

Outra inovação está relacionada com a criação de um Centro de Estudos do Idoso. "Poderá ser uma boa oportunidade para as escolas de Educação e Saúde, com os diversos cursos, uma vez que este é uma nicho que não está coberto no país e que o IPB devia aproveitar", explicou Sobrinho Teixeira.

Publicado no jornal 'JN' de hoje.